terça-feira, 19 de abril de 2011

Vivo e PayPal criam sistema de pagamento móvel ‘universal’

Em viagem recente ao Brasil, Jonh Danahoe, CEO do PayPal e da holding eBay, reforçou duas mensagens que o presidente da PayPal no país, Mario Mello, tem alardeano nos últimos cinco meses: o Brasil é prioridade para o PayPal, que investirá pesado aqui na possibilidadede de compras e pagamentos via celular. A meta do PayPal é ser uma carteira digital para e-commerce, m-commerce e t-commerce.

Danahoe falou muito da tecnologia NFC (Near Field Communication), atual estrela do mobile payment nos Estados Unidos e Europa. O que o CEO não disse é que aqui no Brasil, em parceria com a Vivo, a companhia desenvolve um sistema de mobile payment inédito para a PayPal, capaz de transformar o celular mais simples na tal carteira digital, com performance melhor que os tradicionais sistemas baseados em SMS.

“A solução, já em fase de testes desde janeiro, usa o protocolo USSD”, explica Maurício Romão, diretor de produtos e serviços financeiros da Vivo, Mauricio Romão.A ideia é começar a oferecer para toda a base de assinantes pré-pagos da Vivo ainda nesse semestre.

Entre as vantagens para os usuários está o tempo de resposta menor que o uso da rede de dados proporciona. Sem problemas de envio típicos das soluções de pagamento móvel baseadas em SMS, o tempo médio de entrega da mensagem de segundos. O sistema faz a entrega da mensagem imediatamente.

Em muitos casos, o uso do protocolo USSD é também mais seguro, uma vez que, diferentemente das mensagens entregues por SMS, segundo os técnicos, as mensagens enviadas via USSD não podem ser armazenadas na memória do aparelho. Além disso, a comunicação é sempre entre o telefone do assinante e uma aplicação, que processa a requisição e devolve a informação solicitada. A comunicação “mobile-to-mobile” não é permitida, impossibilitando o envio de uma mensagem para outros aparelho, como acontece com o SMS.
“Na aplicação que desenvolvemos em parceria com a PayPal o usuário liga *123# e o sistema retorna para ele uma tela com o menu semelhante ao de um banco, com as opções das operações que ele pode fazer. Escolhida a opção, o sistema da Vivo envia uma segunda tela para entrada da senha que autoriza a transação”, explica Romão.

Inicialmente, o sistema será usado pela Vivo para facilitar a compra de recarga, com pagemento feito via créditos do PayPal. “É uma facilidade, principalmente para consumidores das classes C e D, que para continuar falando muitas vezes precisam ir a uma loja física para inserir novos créditos. Se eles não tiverem uma conta no PayPal poderão abrir na hora e comprar o crédito”, diz Romão, lembrando que hoje a Vivo ainda não vende recarga pelo site, mas vão pasar a vender, em breve, usando o PayPal como meio de pagamento.

A partir da aplicação da recarga via a solução de pagamento móvel, Vivo e PayPal pretendem analisar outras apliacações. E como o protocolo USSD é usado por todas as operadoras móveis GSM para recargas de pré-pagos, o PayPal pretende replicar a experiência da Vivo para ganhar um canal com maior penetração e continuar crescendo, segundo Mario Mello. Aqui e também em outros países da América Latina, além da Índia.

No Brasil, a Vivo tem exclusividade na oferta por algum tempo. E espera um retorno rápido para o investimento feito, em função da conveniência ofercidade aos consumidores para a recarga. “É uma solução que já deve se pagar no primeiro ano de uso”, afirma Romão.

O novo serviço estará disponível ao longo do primeiro semestre para todos os clientes Vivo que possuírem aparelhos com as tecnologias GSM e 3G nos planos pré-pago, Vivo Controle ou pós-pago.

“Além de possibilitar a recarga por celular, sem a necessidade de acesso à internet, a parceria permite trazer para o dia a dia dos brasileiros o hábito de utilizar o telefone móvel para enviar e receber pagamentos de forma simples e segura”, diz Mario Mello, presidente da PayPal no Brasil.

Todas as operações realizadas pela PayPal são protegidas e monitoradas por uma equipe antifraude e as informações dos clientes são armazenadas de acordo com critérios internacionais de proteção de dados.

A propósito, quanto ao desenvolvimento de soluções de pagamento móvel usando a tecnologia NFC, Romão acredita que só será viável no Brasil no médio prazo. “Vamos ter um piloto este ano. Do lado das operadoras, a tecnologia está pronta. O problema está no varejo. Vai demorar para as operadoas de cartão de crédito troquem as máquinas, possibilitando o uso do celular no lugar do plástico. Acredito que a massificação demore ainda uns 5 anos para começar”, alerta o executivo.

Fonte: IDG Now