quarta-feira, 19 de maio de 2010

LG lança plataforma broadband TV

A convergência digital ganhou mais uma linha de produtos, admirados por uns e odiados por outros. Na manhã de hoje a coreana LG apresentou ao mercado a nova linha de produtos de TVs conectadas à internet, que agregam serviços da web à televisão. Metade dos modelos de TV da LG virá com esse recurso em 2010.

Trata-se de uma nova janela de acesso a conteúdos on line, definidos pela própria LG com parceiros como Terra, UOL, Youtube e Picasa (Google). Júlio Duram, do UOL, classificou essa tecnologia como a internet do sofá, onde o acesso à web sai da mesa e do computador para ser feito na sala de estar. Os novos serviços oferecidos, a maioria baseada em vídeo, mudam o perfil de consumo, que passa a ser coletivo como a TV sempre foi. Para ter acesso pleno aos serviços é necessária uma conexão banda larga de pelo menos 2 Mbps, que pode ser sem fio. A Telefônica é parceira da LG fornecendo essa conectividade.

Fernanda Summa, da LG, explicou que o conceito por trás deste produto é o de TV viva, que evolui e se adapta as novas tecnologias. Na TV analógica as pessoas compravam uma TV para ver uma grade de programação de TV. Com o broadband TV (BBTV), as pessoas compram uma tela, que hora é TV, hora acessa serviços da internet e hora é base de comunicação interpessoal. Ainda neste ano a LG pretende atualizar o produto com a ferramenta de comunicação Skype, o que vai permitir até videoconferências. Da mesma forma, novos parceiros podem trazer diferentes conteúdos. Basta que haja demanda e tecnologia. E um acordo com a LG, claro.

Apesar de representar uma nova plataforma de oferecimento de conteúdos, o filtro apenas muda de lugar. Na TV tradicional a emissora ou programadora, se for TV por assinatura, define o que vai para o ar. No caso da BBTV, quem define isso é o fabricante do equipamento em conjunto com o parceiro provedor do conteúdo. A maior diferença está na quantidade: nas conexões por internet não há a limitação da grade de programação das emissoras de TV. Não há acesso genérico à internet. A TV não vem com navegador.

A representante da LG até tentou justificar o filtro dizendo que isso era uma garantia de qualidade. Para ela, se colocar um navegador na TV e abrir para qualquer fornecedor de conteúdo, a LG não poderia garantir a usabilidade e a navegabilidade. A princípio, a explicação até faz sentido, mas analisado mais a fundo, os argumentos não se sustentam. Qualquer servidor hoje consegue identificar de onde vem a conexão e qual dispositivo de tela está sendo utilizado. Ou seja, pode adaptar o conteúdo corretamente para as diferentes telas, como acontece hoje com acessos a sites usando PCs e smartfones.

O grande atrativo desse sistema de comunicação está no modelo de negócios. Pela primeira vez a LG consegue definir, mesmo que indiretamente, o que vai ser visto na TV dela (e ganhar com isso). Questionada sobre a relação do BBTV com o Ginga, Fernanda Summa garantiu que as duas plataformas podem coexistir sem nenhum problema. São mercado diferentes: um centralizado pelo própria LG, e outro ainda centralizado pelas emissoras de TV.

Executivos das emissoras de TV discordam, apontando o BBTV como ameaça grave ao modelo de negócio tradicional, seja da TV aberta ou por assinatura. O BBTV não tem grade de programação, não está sujeito as concessões públicas de serviços de radiodifusão, por consequência não precisa respeitar legislação nenhuma sobre classificação indicativa ou áudio-descrição.

O que fica evidente nesse tipo de serviço é uma clareza maior por onde a convergência digital está caminhando. Depois de palpites sobre a internet engolindo a TV, a convergência está acontecendo em torno da tela da TV, com conteúdos ainda não classificáveis, pois não são TV nem internet. É uma nova plataforma de comunicação.

Seguem as fotos do serviço da LG.

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Fonte: Blog ITV Produções Interativas