sábado, 15 de janeiro de 2011

Preparem-se, as redes 4G estão chegando

Adivinhem só... Mal nos acostumamos com as redes 3G, e o mundo já está de olho na sua evolução: As redes 4G. Mas será que já é hora de nós, consumidores, nos preocuparmos com isso? Preciso já comprar um celular 4G? Aliás, ele já existe?

Vamos tentar esclarecer algumas questões sobre essa evolução inevitável que estará, a cada dia, mais evidente nas notícias e no mundo.

Como é de se perceber, as redes 4G são a evolução das redes 3G. Elas prometem conexões ainda mais rápidas nos celulares e modems sem fio. Se hoje conseguimos navegar na Internet, ouvir rádios online e assistir videos no YouTube, numa rede 4G seria possível assistir vídeos em alta definição, realizar videoconferência em altíssima qualidade de áudio e vídeo, e tudo mais que a necessidade do usuário exigir.

As redes 3G hoje conseguem entregar, na prática, 1 Mbps ou dificilmente 3 Mbps, dependendo do aparelho e da rede móvel. São velocidades comparáveis às velocidades mais básicas da internet fixa, mas que hoje já oferece planos de 5Mbps, 10Mbps a preços razoáveis. As redes 4G que estão prestes a se espalharem pelo mundo são capazes de oferecer velocidades 10 vezes mais altas, chegando a até 50Mbps, no seu celular, smartphone ou modem sem fio.


O mundo já é 4G

Na última feira de tecnologias de consumo, a CES 2011, já vimos alguns smartphones e tablets compatíveis com redes 4G. Isso significa que já existem serviços disponíveis para serem usados? Sim.

Além dos Estados Unidos, em alguns países da Europa já existem operadoras que implementaram suas redes 4G, e já vendem planos de internet de velocidades altíssimas (que vão de 5Mbps a 50Mbps).

A operadora européia TeliaSonera foi a precursora, e já oferece conexões 4G em países como Suécia, Finlândia, Noruega, Estônia e Dinamarca. Nos EUA, tanto a Verizon quanto a Sprint já lançaram suas redes 4G.

Além destas, há inúmeras outras operadoras no mundo já preparando suas redes 4G para serem lançadas este ano e nos próximos.


LTE ou WiMAX?

"Os padrões LTE e WiMAX são capazes de oferecer, no máximo, algo em torno de 100 Mbps"

Há basicamente dois tipos de redes 4G no mundo: as redes LTE (Long Term Evolution) e as redes WiMAX (Worldwide Interoperability for Microwave Access). A grande maioria das operadoras, incluindo aí as pioneiras TeliaSonera e Verizon, estão adotando as redes LTE, principalmente por este ser o padrão adotado pela GSM Association, grupo de empresas de telecomunicações que promovem e evoluem tecnologias de redes móveis.

Mesmo assim, no entanto, algumas outras poucas operadoras adotaram ou estão adotando o WiMAX, como a operadora Sprint nos EUA.

Para o consumidor final, não há tanta diferença entre redes LTE ou WiMAX. Ambas oferecem velocidades semelhantes, e ambas estão ganhando dispositivos compatíveis no mercado. Porém, a tendência é que dispositivos LTE sejam mais comuns daqui pra frente, pois este tende a ser o tipo de rede mais adotado no mundo.


4G no Brasil

Aqui, no Brasil, está do jeito que está: Não há nada definido. As operadoras ainda estão mais preocupadas em garantir a qualidade de suas redes 3G do que investir na implantação de uma nova rede. Porém, há quem defenda que a solução para a má qualidade das redes 3G seja sim a adoção de uma rede 4G. Mas, mesmo que quisessem, elas não poderiam implantá-las agora. Antes disso, é preciso que a Anatel disponibilize uma faixa de frequência para que as operadoras possam explorá-las comercialmente.

Explicando rapidamente a questão de uso de frequências: Toda comunicação sem fio no país é regulada pela Anatel. Portanto, se uma empresa queira usar uma frequência para implantar serviços sem fio (serviços de telefonia celular por exemplo), ela precisa adquirir uma licença de uso daquela frequência da Anatel.

A Anatel, por sua vez, leiloa a licença de uso de tais frequências. Para isso ela determina faixas separadas dentro daquela frequência, para que cada empresa possa usar uma faixa e não cause interferência nos serviços da outra.

É como se quatro empresas estivessem interessadas em usar uma rodovia para transportar carga. Para que os caminhões de uma empresa não colidam ou atrapalhem a da outra, dividimos a avenida em quatro faixas e vendemos uma faixa exclusivamente para cada empresa.

Como as novas redes 4G operam em frequências diferentes de qualquer outra rede celular já implementada, é necessário que as empresas aguardem a Anatel disponibilizar estas frequências em um leilão. E ainda não há previsão exata para isso acontecer. Só sabemos que a Anatel deseja realizar este leilão até 2012. O objetivo é que na Copa de 2014 já existam operadoras oferecendo serviços 4G.

2G, 3G, 4G...

Foi observado que redes móveis sem fio no mundo evoluem basicamente de 10 em 10 anos. Em 1991, as primeiras redes GSM (2G) surgiam na Europa. Em 2001, a primeira rede 3G foi lançada no Japão. E em 2011, as redes e dispositivos 4G começam a se espalhar no mundo.

O Brasil, no entanto, nem sempre segue esse cronograma. Mas a verdade é que cada vez mais as conexões sem fio se aproximarão da qualidade e velocidades das conexões fixas, com fio. E a tendência é de ficarmos conectados o tempo todo, através de dispositivos móveis como celulares, smartphones, netbooks ou tablets em redes super rápidas.

Tais redes nos possibilitariam não só navegar pelos sites e redes sociais, mas usufruir de serviços multimídia de qualidade, de voz e imagem, seja fazendo uma video conferência em alta definição, transmitindo vídeo ao vivo pela internet, ou assistindo a um filme transmitido pela rede.

No momento, nós consumidores brasileiros não temos com que nos preocupar. Apesar de alguns países já estarem comprometidos em inaugurar e vender seus serviços 4G, no Brasil o momento ainda não chegou. Mas é bom saber que estão sendo lançados aparelhos preparados para as novas redes, pois assim, até que sejamos capazes de usa-los, eles já serão populares e os preços serão mais acessíveis.


Controvérsia: é 4G ou não?

Há ainda uma pequena controvérsia extremamente técnica sobre as redes 4G. A ITU (International Telecommunication Union), uma união internacional de telecomunicações que define padrões e tecnologias no mundo, exige que, para uma rede ser considerada 4G, ela deveria oferecer conexões de, no mínimo, 100 Mbps em movimento (uma pessoa ou dispositivo se deslocando) e 1 Gbps estacionário (uma pessoa ou dispositivo parado). Ou seja, estas redes que estão sendo implementadas agora, nos padrões LTE e WiMAX - capazes de oferecer, no máximo, algo em torno de 100 Mbps em conexões estacionárias -, não obedeceriam a esta exigência. Isso ainda as caracterizaria como redes 3G, mesmo que sejam bem mais rápidas que as nossas atuais redes.

Enquanto as operadoras vendiam suas novas redes como "4G", especialistas de telecomunicações negavam a veracidade da propaganda. Alguns consideravam estas no máximo como sendo redes "Pre-4G". Porém, observando que para o consumidor final o que realmente importava era a evolução percebida e que pouco significaria os detalhes técnicos, a ITU finalmente resolveu que, tanto as novas redes LTE quanto as redes WiMAX podem sim ser comercialmente consideradas redes 4G.

Fonte: Tech Tudo