segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Joystick permite que deficientes visuais explorem o mundo real com mais confiança

Deficientes visuais podem andar em um ambiente conhecido com destreza, mas e quanto àqueles que ainda são inexplorados? Uma inventora israelense criou uma forma de que cegos possam se aventurar por lugares desconhecidos com mais confiança.

Orly Lahav, da Universidade de Tel Aviv, criou o BlindAid, um programa de computador que, aliado com um joystick 3D, pretende funcionar como uma bengala virtual. Ao navegar no cenário digital, o usuário recebe estímulos tatéis do joystick sob o comando do software. Ele torna-se mais rígido, por exemplo, quando o deficiente se depara com uma parede ou uma barreira.

Também muda de textura para que ele saiba quando está “andando” sobre um piso de ladrilhos, alfalto, uma calçada ou grama.O aparelho ainda pode ser programado para emitir sons, como o barulho de uma máquina de café ou o telefone da recepção de um edifício que ele está explorando pelo computador.

“Essa ferramenta permite ao cego ’sentir’ ou ‘ouvir’ objetos virtuais e aprofunda o seu senso de espaço, distância e perspectiva”, diz Lahav. “Eles podem ’sentir’ cruzamentos, edifícios, estradas e obstáculos com o joystick, e até mesmo navegar dentro de um shopping ou um museu como o Louvre em um ambiente virtual antes de irem explorar o mundo real por conta própria.”

Em uma demonstração feita recentemente na Conferência Internacional de Reabilitação Visual 2009, a pesquisadora exibiu testes feitos no Carroll Center for The Blind, centro de treinamento para deficientes visuais localizado em Massachusetts, nos Estados Unidos.

Uma mulher parcialmente cega usou o invento para explorar virtualmente o campus do centro e outros dez lugares. Depois de quatro sessões, ela pode andar de verdade nesse lugares mesmo com uma venda.

O BlindAid permite que o deficiente visual crie um mapa mental de um local que deseja pretende conhecer, o que torna os espaços mais familiares já na primeira visita. O objetivo é melhorar sua qualidade de vida ao proporcionar mais confiança para explorar novos lugares. Diz Lahav: “No fim das contas, isso dá aos cegos a capacidade de determinar seu próprios caminhos e de controlarem suas vidas”.

Fonte: Época/Tecnologia