quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Entenda o que é a WiGig, a “Wi-Fi” de 7 Gbps

A Wireless Gigabit Alliance (WiGig) informou nesta quinta-feira (10/12) a finalização das especificações para a tecnologia wireless que oferece taxa de transmissão de 7 gigabits por segundo (Gbps) utilizando uma faixa de frequência aberta que dispensa regulamentação.

O grupo - que conta com o apoio de empresas de peso, entre as quais Intel, Broadcom e Atheros Communications - anunciou o padrão em maio, quando informou que as especificações estariam definidas até o final de 2009.
Embora o código já esteja escrito, a especificação passará por edição e revisão quanto a questões de propriedade intelectual, processo que a WiGig Alliance chama de rotina.

O WiGig foi projetado para oferecer taxas de velocidades muito altas em áreas relativamente pequenas, utilizando frequência de 60 MHz. O grupo que trabalhou no projeto diz que o WiGig terá a capacidade de fazer streaming de vídeos em alta definição ou permitir a conexão de notebooks a docs de mesa e monitores.

A tecnologia passa a engrossar o caldo das soluções de comunicação para redes domésticas que inclui ainda o HomePNA, HomePlug, Multimidia over Coax, Ultrawideband e Wireless Home Digital Interface. Com uma diferença: a estreita afinidade com a tecnologia Wi-Fi pode ser um estímulo à adoção do WiGig.

Segundo o presidente da WiGig Alliance, Ali Sadri, as especificações do WiGig estão disponíveis para as empresas-membro que ajudaram no desenvolvimento da tecnologia. Entretanto, diz ele, ainda não foi criado um adaptador para as empresas que apenas irão utilizar a tecnologia, o que só deve ocorrer no primeiro trimestre de 2010, quando as especificações ficarem disponíveis para eles também.

Ao longo do próximo serão definidas as especificações de certificação para equipamentos compatíveis com o WiGig. Já os primeiros equipamentos não devem chegar ao mercado antes de 2011.

Evolução
Inicialmente, o grupo havia dito que o WiGig teria uma velocidade máxima de 6 Gbps, mas ultrapassou tal estimativa. Àquela velocidade, o WiGig ofereceria cerca de dez vezes mais capacidade do que a mais rápida tecnologia Wi-Fi existente hoje, o padrão 802.11 n e seus 600 Mbps.

Sadri lembrou que a velocidade de 7 Gbps representa a taxa máxima de transmissão teórica, mas a tecnologia é altamente eficiente; assim, os usuários será capazes de utilizar pelo menos 80% da largura de banda no mundo real. Em uma rede WiGig, esta banda poderia ser compartilhada entre todos os usuários em um ponto de acesso.

A WiGig Alliance informou que incluiu nas especificações um funcionalidade “beam-forming” que permitirá às redes WiGig trabalharem a distâncias superiores a dez metros. Estações transmissoras que utilizam a frequência de 60 MHz sempre tiverem dificuldade para lidar com transmissões a distâncias maiores sem usar estações repetidoras.

A WiGig foi originalmente pensada para ser uma tecnologia de curto alcance, mas com a adição do beam-forming, pode ser que ela consiga tornar os dispositivos capazes de criar uma rede capaz de cobrir toda uma casa.

A faixa de frequência de 60 MHz utilizada pelo WiGig não é licenciada na maior parte do mundo. A Wi-Fi Alliance também vem trabalhando na padronização de rede sem-fio de alta velocidade nesta faixa de frequência, denominada IEEE 802.11 AD, e já afirmou que vê a WiGig como uma tecnologia complementar.

Segundo Sadri, as especificações do WiGig foram escritas de modo a aprimorar os padrões da tecnologia 802.11, com total compatibilidade, informou Sadri.

Empresas como Intel, Broadcom e Atheros planejam integrar a tecnologia WiGig a chipsets Wi-Fi, como parte de uma Wi-Fi tribanda que permitir aos usuários migrarem para redes de mais alta velocidade em locais onde a conexão WiGig estiver disponível.

Todo equipamento WiGig será capaz de comunicar-se em um nível básico de troca de pacotes IP, mas a aliança ainda está desenvolvendo os protocolos das camadas de adaptação para otimizar o desempenho de aplicações específicas, segundo informa o executivo de marketing da WiGig Alliance.

Assim, diz ele, quaisquer dois produtos WiGig serão capazes de fazer streaming de vídeo entre si, mas será necessário um protocolo específico para que isso seja feito com um mínimo de atraso e sem compressão de dados.

A WiGig Alliance informou que a Nvidia, AMD, SK Telecom e TMC (laboratório independente de testes e certificações da China) ingressaram no grupo que já conta com cerca de 30 membros.

Fonte: PCWorld