segunda-feira, 27 de junho de 2011

Polícia Federal monta estratégia para investigar ação de hackers

Peritos criminais da Polícia Federal discutem a forma como será conduzida a investigação sobre os ataques de hackers a sites e instituições ligadas ao governo federal. A Polícia Federal foi acionada na última quarta-feira (22) para entrar no caso. A parte técnico-científica da investigação está a cargo do Serviço de Perícias de Informática da Polícia Federal (Sepinf) do INC. Ideia é definir o número de peritos envolvidos na ação.

“Em um primeiro momento, os colegas do Sepinf fizeram um levantamento das informações obtidas. Em seguida, eles vão analisar os ambientes invadidos para ver o que havia nesses locais, e só então quais são as medidas mais efetivas para o caso”, disse o presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF), Hélio Buchmuller, à Agência Brasil.

Além de buscar identificar a autoria dos ataques, a PF pretende apontar as falhas apresentadas nos sistemas invadidos. Essas conclusões serão encaminhadas à área de segurança de cada órgão. “Na conversa que tive com os colegas da área, fui informado que ainda não dá para avaliar o grau de dificuldade dessa investigação. Isso só será possível na medida em que elementos mais concretos sejam obtidos, o que deve acontecer nos próximos dias”, adiantou ainda o presidente da APCF.

Segundo ele, muitos dos dados supostamente confidenciais, cuja divulgação foi atribuída aos ataques recentes, não foram necessariamente obtidas em decorrência do ataque. “Aparentemente, muitas das informações divulgadas pela mídia sequer são informações confidenciais e podem ser obtidas por outros caminhos ou outras fontes”, disse Buchmuller, referindo-se a alguns dos dados pessoais de políticos, divulgados após o ataque.

“Dá para você obter essas informações em sites como o do Tribunal Superior Eleitoral”, acrescentou. De acordo ainda com o perito, o fato de o Brasil estar conquistando uma posição de destaque no cenário mundial ainda não alterou o perfil dos crimes cibernéticos investigados pela PF. “Até o momento, não temos nenhuma novidade prática sobre isso”, completou Buchmuller.

Fonte: Convergência Digital