"Sem um fim social, o saber será a maior das futilidades".
Parafraseando o sociólogo Gilberto Freyre, o professor Francisco Vidal
explica a filosofia do Projeto de Extensão que ele coordena na
Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa). Intitulado "Inclusão
Digital Utilizando a Robótica Educacional", o projeto visa incluir
socialmente e digitalmente crianças da rede pública através do ensino da
Robótica.
Segundo Vidal, para que essa meta seja alcançada, o projeto inclui a
participação de uma equipe de aproximadamente 20 estudantes do curso de
Ciência e Tecnologia - BCT - da Ufersa. Essa equipe foi treinada entre
os dias 15 e 17 de junho por um grupo de estudantes da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte - UFRN, instituição que concebe o mesmo
projeto na região de Natal.
"O objetivo desse treinamento, que marca o
primeiro momento do projeto, foi habilitar os nossos alunos do BCT para
que esses se tornem agentes multiplicadores de oficinas de robótica
educacional nas escolas públicas de Mossoró", explica o professor da
Ufersa. As oficinas, ainda de acordo com o professor, possibilitarão
dois resultados.
O primeiro será as oficinas, que permitem
desenvolver metodologias educacionais para o ensino de conteúdos
multidisciplinares usando robôs. "Com eles [robôs], os alunos do ensino
básico passam a trabalhar a ciência de forma lúdica. As disciplinas como
física, química e matemática ganharão novas metodologias, o que
despertará o desejo desses jovens pela ciência e, em extensão, pela
entrada na Universidade", pontua Francisco Vidal.
Outro fruto oriundo
das oficinas será a divulgação da Olimpíada Brasileira de Robótica -
OBR, que abrangerá, em níveis estadual, nacional e internacional provas
escritas e práticas sobre a robótica e a informática. "Ofereceremos
treinamento para que os alunos de escolas públicas participem da
Olimpíada, que em nível estadual já acontece no mês de agosto",
esclarece o professor, explicando ainda que durante os treinos nas
escolas serão usados dois "Kits de Robótica Educacionais", interinamente
doados pela UFRN.
ROBÔS
Com o treinamento, os estudantes da Ufersa tiveram a oportunidade de conhecer os "Kits de Robótica Educacionais", conjunto de peças que possibilitam as múltiplas formas de montagem dos robôs. Segundo o professor Aquiles Burlamaqui, doutor em engenharia de computação da UFRN e coordenador nacional da OBR, o projeto existe há cinco anos e já possibilitou resultados positivos em Natal. "Os softwares usados nos kits possibilitam a participação de crianças de até quatro anos, o que facilita o ensino a partir desses componentes", explica Aquiles.
Com o treinamento, os estudantes da Ufersa tiveram a oportunidade de conhecer os "Kits de Robótica Educacionais", conjunto de peças que possibilitam as múltiplas formas de montagem dos robôs. Segundo o professor Aquiles Burlamaqui, doutor em engenharia de computação da UFRN e coordenador nacional da OBR, o projeto existe há cinco anos e já possibilitou resultados positivos em Natal. "Os softwares usados nos kits possibilitam a participação de crianças de até quatro anos, o que facilita o ensino a partir desses componentes", explica Aquiles.
Os robôs são comandados por cinco níveis de
programas, sendo um mais simples e cinco mais complexos. Sobre os
aspectos físicos, Aquiles explica que cada kit custa cerca de R$ 1.800.
Entretanto, o professor anuncia que já existe outro projeto da UFRN para
baratear e popularizar o uso do equipamento nas escolas ou mesmo no
âmbito doméstico.
Para capacitar os estudantes da Ufersa, estão sendo
usados quatro kits (robôs) da UFRN. Segundo Marié Beltrão, uma das
estudantes da UFRN e monitora da capacitação, cada kit possui uma "CPU",
três motores e quatro sensores. Os comandos, por sua vez, podem ser
repassados via bluetooth, a partir de um computador, ou mesmo
pré-programados.
Para Aparecida Bezerra, estudante da Ufersa que
participa do projeto, essa é uma oportunidade única para os alunos das
escolas públicas reverem o quanto é importante e divertido aprender, por
exemplo, as disciplinas de física e matemática. "Além disso, o projeto
serve como vitrine do nosso curso de Ciência e Tecnologia", completa
Aparecida.
VISITA
Também durante a capacitação dos estudantes da Ufersa, a Escola Estadual Monsenhor Raimundo Gurgel foi à primeira instituição a ser contemplada pelo projeto. A escola, que oferece os ensinos fundamental e médio, foi o local onde o professor Francisco Vidal estudou durante o ensino básico, fato que para a diretora do colégio, Jandira Maria, torna-o um exemplo para os atuais estudantes. "Além disso, o projeto é bastante importante, porque vai despertar ainda mais o interesse dos nossos alunos para o estudo e a entrada na Universidade", opina Jandira.
Também durante a capacitação dos estudantes da Ufersa, a Escola Estadual Monsenhor Raimundo Gurgel foi à primeira instituição a ser contemplada pelo projeto. A escola, que oferece os ensinos fundamental e médio, foi o local onde o professor Francisco Vidal estudou durante o ensino básico, fato que para a diretora do colégio, Jandira Maria, torna-o um exemplo para os atuais estudantes. "Além disso, o projeto é bastante importante, porque vai despertar ainda mais o interesse dos nossos alunos para o estudo e a entrada na Universidade", opina Jandira.
Na sala de vídeo da escola,
os estudantes puderam conhecer, com a apresentação do professor
Bulamarqui, o projeto, a Olimpíada e os robôs, este último gerando
admiração entre os alunos. "Entre eles, estava Luana Yasmim, do oitavo
ano. Sonhando um dia se tornar advogada e se dizendo amante da
matemática, a jovem se interessou em participar das oficinas da Ufersa.
"A forma dele [robô] se movimentar sem precisar de controle é muito
interessante", considerou Luana, adiantando que vai participar e
representar à escola na Olimpíada.
Fonte: Jornal O Mossoroense